Capítulo 1 - Conceitos Preliminares - Página 24 

1.30 Ruído em Circuitos Elétricos Lineares 

Considerando o circuito de duas portas abaixo, a fonte V gera o sinal incidente no circuito e a resistência interna da fonte, R1, gera o ruído térmico incidente. Como o circuito elétrico é linear e o ruído possui média nula, as densidades espectrais do sinal e do ruído são processadas pelo circuito de forma independente.
 
 
Infelizmente os circuitos elétricos geram, além do ruído térmico, outros tipos de ruído, como o ruído shot e o ruído flicker que surgem nas junções de materiais diferentes em transistores bipolares e MOSFET, respectivamente, cujas funções de distribuição de probabilidade também são gaussianas. Estes ruídos juntamente com o ruído térmico indicam que qualquer circuito físico não somente transmite, mas adiciona ruído. Num amplificador, por exemplo, o ruído é mais amplificado que o sinal.
 
O parâmetro que quantifica o ruído gerado internamente num circuito elétrico linear é a figura de ruído a qual é definida como sendo a razão entre as relações sinal-ruído na entrada e na saída do circuito.
 
     (1-47)
 
Nota-se pelo resultado acima que se o circuito não adicionar ruído, mas simplesmente o transmitir, a figura de ruído passa a ser unitária. Caso contrário, o valor da figura de ruído é sempre maior que a unidade. A figura de ruído é adimensional.
 
Uma vez conhecida a figura de ruído, que é mais um parâmetro inerente ao circuito,  é possível determinar a densidade espectral de ruído transmitido.
 
     (1-48)
 
Visto que a faixa de frequências de operação encontra-se abaixo de 1 THz, considera-se, a partir de (1-46), que o ruído térmico gerado por R1 possui densidade espectral constante em relação à frequência. Devido a esta semelhança com o comportamente da luz branca na faixa visível do espectro, é comum a denominação ruído branco.
 

Universidade Federal do Paraná - Departamento de Engenharia Elétrica - www.eletr.ufpr.br/artuzi