Capítulo 5 - Transmissão de Dados - Página 02 

5.2 Pulso Retangular-Cossenoidal 

Como pode ser observado, quando pulsos retangulares formam um sinal digital, cada pulso tem duração finita igual à duração de um bit, sendo que nunca há interferência entre pulsos subsequentes. Este fato é desejável na transmissão de dados visto que um pequeno desvio de sincronismo na demodulação não irá provocar erros. Esta vantagem, entretanto, tem como custo adicional a ampla largura de faixa de frequências ocupada no espectro. A partir do momento em que se tenta reduzir a largura de faixa por meio de um filtro passa-baixas, os pulsos retangulares são distorcidos e têm suas durações aumentadas provocando o fenômeno denominado interferência intersimbólica, onde a terminologia símbolo serve para designar a representação elétrica do bit (ausência e presença de pulso são os símbolos associados aos bits 0 e 1, respectivamente).
 
Nyquist descobriu uma família de pulsos que têm seus espectros de frequências limitados e não causam interferência intersimbólica, embora os pulsos apresentem duração maior que a duração de um bit. Isto ocorre quando a trasnformada de Fourier do pulso satisfaz o primeiro critério de Nyquist.
 
     (5-1)
 
Em especial, é comum utilizar o pulso cuja transformada de Fourier é um de pulso retangular com transição cossenoidal (raised cossine pulse) variável de acordo com o parâmetro de deslizamento 0<a<1 (roll-off factor).
 
      (5-2)
 
 
     (5-3)
 
 
Percebe-se que o pulso retangular-cossenoidal possui largura de faixa limitada B = (1+ a) / (2.TB) e que q(n.TB) = 0 exceto para n=0, indicando que não há interferência intersimbólica qualquer que seja o valor de a.

O sinal com informação digital construído com este tipo de pulso segue o padrão ciclo-estacionário, portanto o pulso q(t) está normalizado de acordo com (1-41).
 


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